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UM CERTO MES DE AGOSTO.

  Nos vais e vens desse dia marcante, enquanto caminhava despreocupadamente, quase fui ao chão quando um menino aí de uns dez anos correndo ...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

UM CERTO MES DE AGOSTO.

 Nos vais e vens desse dia marcante, enquanto caminhava despreocupadamente, quase fui ao chão quando um menino aí de uns dez anos correndo em círculos, brincando em meio à uma turma de outros esbarrou me em gritos dizia:- Tio ele quer me pegar. perguntei:- quem quer te pegar? o menino me disse:- ... a morte, é a morte.:  respondi em tom de brincadeira:- não precisa se preocupar, você é ainda muito novo.

 Vi um senhor idoso a caminhar pelas ruas, um caminhar torto, desequilibrando para o lado esquerdo da rua, não tinha muita firmeza ao plantar os pés no chão calçado de pedrinhas Portuguesa, o vento tocava forte seu chapéu enquanto segurava com uma mão na cabeça, outra agarrado ao seu casaco de tecido casimira inglesa, apesar das mãos ocupadas ainda apertava nas axilas um jornal de noticia diárias. 

Naquela manhã ensolarada o reflexo do sol  tocava a banca da tabacaria, um senhor barrigudo sentado em um banquinho, falava pouco e estava sempre mordendo com os lábios, as vezes segurando com os dentes um cigarro feito artesanal  de fumo de corda exalando grandes baforadas de fumaça mau cheirosa, próximo dali a estação, as locomotivas e sua fila de vagões se arrastando sobre essas marcas de ferros fixada no chão forrados de britas, os dormentes que segura o peso da máquina trepidavam quando a majestosa locomotiva passava se esfregando o limpa trilho correndo em frente, bem na hora da chegada ou na hora da partida o condutor maquinista acionava as potentes cornetas, despertando o cochilo do senhor da tabacaria, o velho que carregava os jornais debaixo do braço também se assustou, mas parou bem na travessia travada com as cancelas, a locomotiva seguiu em frente se perdendo na curva além do arvoredo, os trilhos ficaram ensanguentados, os jornais voaram soltos ao vento, mas o casaco de casimira com o impacto das rodas de ferros, como as tesouras do alfaiates foram cortadas em transversal, só restou a certeza pelo nome gravado no relógio.   

antonio herrero portilho/24/12/2020

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