Chuva
mansa
A chuva
dessa manhã veio sem avisar, pouco antes do claro do dia, as telharias da
pequena casinha de taipas recebeu os primeiros pingos, logo em seguida disparou
aquela infinidade de gotas se arrebentando
no chão, no telhado fazendo aquele barulhinho feito um acalanto, mesmo depois
do claro do dia a água divina continuava a derramar nesse pequeno paraíso
cercado de paisagem e bichos. O cheiro da terra molhada emergia do solo fofo e
fértil, as aves cantoras se abrigavam desse chuvisqueiro debaixo das folhas da
árvore de pequeno porte; a embaúba de raízes firmadas no charco de argilas
intransponível onde ninguém ousaria a fincar os dois pés.
Na casa
grande afastado dali à alguns mil metros as telhas de um brilho cintilante, era
a cobertura toda molhada da chuva, parece que a chuva parou, a revoada de
pássaros entram em cena, um sol de pouco brilho, céu cinza, mas as plumas das
aves coloridas destacam entre o branco e preto do dando se em cinza meio que
azulado desse clima chuvoso. O rebanho de vacas leiteiras se junta na parte
mais alta da pastagem de capim, mugindo enquanto ao terreiro os cacarejos das
galináceas aclamando pelo pouco de milho alimento essencial da vida dessa
espécie.
Os camponeses
deixaram suas camas de dormir, apesar do cansaço de ontem pela labuta intensa,
nesse começo de dia se expuseram com muita disposição, extrair o leite
quentinho direto do ubre alimento que dará sustente até a refeição do meio dia
enquanto que o sol já colocou a face fora das nuvens de mostrando todo vigor
para o trato laborioso de cultivar as plantas com muita dedicação, a chuva
cessou mas as enxurradas continuam transbordando as curvas de nível.
Nesse pouco
de tarde que resta as horas correm dentro desse clima frio, aproxima o fim da
tarde, esse sol mesmo que preguiçoso vai aos poucos caindo pros lados do
horizonte, o círculo de fogo abrasante de mansinho desloca a direção do foco, o
clima faz arrepiar, a noite chega devagarzinho como que não quisesse nada, os
campos e matas se escurece, o silêncio divide espaço com o cantar dos grilos e
lampejos dos pirilampos. Portas e janelas se fecham para o abrigo de moradores
desses vales e montanhas, o sono trará o descanso, as energias se renovarão
dando outro sentido na vida, mas repetindo criando a rotina essencial para
vida, tempo e clima.
Antherport.
03/7/2020.